Imagem Topo
Home Textos Quinhentinos Palestras Contato




RESUMO DA PALESTRA “O QUE FAZ O PENSAMENTO EQUILIBRADO”                J. Predebon, Julho, 2017

Predebon inicia a palestra detalhando o sentido que ele atribui ao conceito de pensamento equilibrado: trata-se da prática de um raciocínio que avalia os prós e os contras para a tomada de qualquer decisão, tentando inclusive passar ao largo de seus próprios condicionamentos pessoais. Assim o pensamento equilibrado pode ser traduzido por comportamento sábio. Chama a atenção para a necessidade de um bom nível de autoconhecimento para poder fugir dos condicionamentos pessoais.  

Em seguida, responde esta pergunta recorrente de seus alunos, frente à questão: Como dominar os pensamentos? E com que lucro? Para tal, ele defende que todos têm algum domínio sobre os seus pensamentos, e podem aumentar esse controle parcial cultivando recursos do tipo meditação, PNL e outros, como o que passa a descrever, intitulado por ele de “viagem da imaginação”. Predebon faz uma demonstração de como as pessoas presentes conseguem imaginar estarem examinando e cortando um limão, em um processo que permite quase sentir o aroma e o sabor ácido da fruta. 

A experiência vivida pelos assistentes demonstram que até certo ponto (para alguns, mais, para outros, menos) podemos controlar nossa mente e induzir pensamentos. Essa é uma competência que pode ser desenvolvida até um nível incrível, aquele conseguido pelos iogues, que chegam a estancar o metabolismo. Tudo o que praticamos é desenvolvido, assim como o que não praticamos acaba atrofiado. A sugestão que o tema traz é a que podemos melhorar nossa qualidade de vida se conseguirmos controlar nossa mente, por pouco que seja. Nesse ponto Predebon indica a palestra TED de Amit Sood, Happy Brain. Assistam, aconselha, são 19 minutos importantes, que mostram que podemos induzir uma mente feliz, que pode ser traduzida simplesmente por “bom Humor”. Apesar da ressalva de que a palestra não é um científico “estado da arte”, ele diz que a informação dela é moderna, e lhe “caiu no colo” no momento em que estudava o tema. Aquela apresentação mostra o lucro principal que se sugere para quem passar por cima do ceticismo cartesiano e experimentar. A vantagem do raciocínio equilibrado salta aos olhos do praticante, e ainda provoca outra sensação de ganho, a de um olhar sereno para o processo de decisão. 

A seguir Predebon responde a outra pergunta pertinente: somos o que queremos ser ou o que as circunstâncias nos fazem ser?
Esta segunda questão faz emergir uma alusão ao “equilíbrio do meio”. Que seria, de acordo com os orientais, uma manifestação de sabedoria, a ser sempre procurada. Isso vem no budismo, mas lembra que a China se auto denominava “o império do meio”. Pois bem, essa segunda questão leva a refletir e concluir que a resposta não é nem uma nem a outra das alternativas contidas na pergunta. Ou, então, que existe um pouco de verdade nas duas. Um pouco do que somos, e que está de acordo com o que queremos ser, aparece em função de nossa personalidade, produto de nosso temperamento (nossa biologia) e também de nossa educação (nature AND nurture, so  is the question). Porém um pouco do que “somos como queremos ser” também estará em função do esforço que podemos fazer (com alguma disciplina) para mudar nosso comportamento e nossas atitudes, em um processo de aperfeiçoamento pessoal. Vejam como isso seria possível. Temos todos a consciência de que estamos sempre mudando nossas óticas e opiniões, basta lembrar o que acreditávamos tempos atrás e no que acreditamos hoje. Temos permanentes mudanças sutis, graduais, e de tempos em tempos mudanças maiores, que acontecem quando dizemos que “nos caiu uma ficha”. Podemos então, concluindo, ter algum comando sobre nossa maneira de ser, criando um vetor desejável para a nossa mudança natural. Essa mudança, que está à nossa disposição, pode ter o objetivo de nos dar mais qualidade de vida. Não é difícil concordar com essa proposição, ainda que parcialmente.

Nesse ponto a apresentação focaliza outro segmento do tema. Lembramos que temos a faculdade da razão, que nos permite estudar as questões de nossa vida e chegar a algumas resoluções balanceadas, que chamamos de lógicas, sobre vários aspectos. O que se propõe com a prática do “pensamento equilibrado” é ter certo controle para usar nossa capacidade de pensar com o objetivo de pensar melhor, ou pensar mais proveitosamente, descontando eventuais quedas para o lado exagerado da emoção, ou para o lado exagerado da razão. Essas tendências ao radicalismo de visão são até  comuns, pois raramente podemos dizer que somos 100% equilibrados. Como diz uma letra de música popular, “olhando de perto ninguém é normal”. Então aqui se chega a confirmar que Pensamento Equilibrado pode ser traduzido por pensamento sábio, ou inteligente, ou objetivo, ou simplesmente útil. É o que, em última análise, afirma Predebon, podemos fazer por nós mesmos para vivermos melhor, já que a aleatoriedade do mundo fará quase todo o resto.

Completando a defesa de sua tese, Predebon responde à pergunta se existem referências científicas sobre essa possibilidade de controle do pensamento? Sim, muitas, ele lembra. As ligações entre a mente e o corpo são notórias. Doenças psico-somáticas são comprovadas cientificamente; influências positivas também já foram cientificamente pesquisadas na universidade onde atua o Doutor Amit, apresentador da palestra TED citada antes. Outro exemplo vem de uma pesquisa da Universidade da California.(...qual...), que gerou um livro impressionante, o “Cura-te pela cabeça”, de Norman Cousins.  Os praticantes da Programação Neuro Linguística, PNL, relatam casos impressionantes. Temos também vasta literatura científica sobre o tema em geral, incluindo até as técnicas de hipnose, que confirmam a possibilidade de afetarmos nosso corpo e comportamento por artes volitivas.

Neste ponto da palestra Predebon propõe prosseguir defendendo sua tese pelo relato de alguns exemplos reais, que ele colecionou, ou pela análise de algum exemplo trazido naquele instante por alguém da plateia.  O que, diz, teria alguns dos riscos do improviso, mas traria também as enormes vantagens do exemplo bem real. Sobre a análise quase especulativa – porque não acadêmica - dos exemplos, ele defende que as especulações são uma importante via para soluções inovadoras. Neste ponto Predebon descreve os casos que traz e os que os presentes levantam na hora. 

Todas as análises são feitas a partir de uma condição, a de que a chegada ao Pensamento Equilibrado exige um bom nível de autoconhecimento; Isso faz lembrar o princípio conhecido que traz a mitologia, com o Oráculo de Delfos recomendando aos consulentes que se conhecessem (nosce te ipsum).

Após as análises e suas recomendações, Predebon finaliza respondendo a pergunta de que propostas de Pensamento Equilibrado podemos criar/ter a considerar para nós mesmos. Diz ele que as propostas só podem ser pensadas em foro íntimo; cada pessoa encontra as suas alternativas, sem pressa, ou então vale-se de um auxílio terapêutico para encontra-las. O que se pode prever é que a adoção do pensamento equilibrado sempre dará melhor qualidade de vida, com um nível mais alto de serenidade, importante sempre, e ainda mais dentro do ambiente atualmente caótico da nossa realidade.

 

         
jose@predebon.com.br