USE
A PLASTICIDADE
DO SEU CÉREBRO.
José
Predebon
Selecionei
para este mês um
assunto importante para todos, e
vital para quem deseja exercer melhor o seu potencial de criatividade.
O recado
é dado em sua essência através de um
quinhentino
(um dos meus textos com 500
caracteres exatos). Para quem deseja, após o quinhentino,
coloquei alguns
comentários e dicas.
APRENDIZADO
FÁCIL. A plasticidade do
cérebro permite a aprendizagem, em qualquer idade. Se na
infância ela acontece com enorme facilidade, é
porque a
criança não tem
referências anteriores. Dificilmente irá discordar
do que
lhe é ensinado. Quando
existe comparação a fazer, tudo muda. Pode surgir
atrito
entre o que é aprendido
e o que já se conhecia, e o cérebro reage
negativamente.
Fato confirmado: se nos
dá prazer, fixamos com mais facilidade. Daí a
utilidade
do aluno gostar do
professor, e o leitor do livro. Então, como
informação simpática é mais
digerível,
é sábio fugir do tema que não nos
agrada.
COMENTÁRIOS.
Quando
eu focalizo esse assunto
em aulas, os alunos imediatamente replicam que na maioria das vezes
não podem
escolher somente os temas que lhes agradam. Eu lhes digo,
então,
que eles estão
certos, mas que poderão minimizar o problema optando por uma
carreira que
privilegie o campo onde se sintam felizes. Geralmente o que determina a
escolha
da profissão é o dinheiro, e aí a
vocação fica prejudicada, fazendo a pessoa
viver enfrentando trabalhos e treinamentos que não gosta.
Haja
dificuldade de
aprendizagem, então!
Detalhe:
gostar do trabalho,
e da aprendizagem dele decorrente, não é somente
para
quem escolhe a carreira
do coração. É possível
lidar com o problema
de uma forma filosófica, como
demonstra Tartang Tulku em seu livro “O Caminho da
Habilidade”. Recomendo.
DICAS.
Se
você tem dúvidas sobre
estar ou não no campo de sua vocação,
eis uma
pista: se a segunda feira lhe
parece odiosa demais, certamente você não
está no
seu lugar ideal. Poderá estar
no setor errado, ou então, num grupo ou
organização com ambiente de trabalho
ruim.
As
relações humanas no campo
profissional têm muita influência no desempenho de
pessoas
e na sua qualidade
de vida. O assunto está focalizado no livro
“Convivencialidade”, do qual sou
co-autor, e também, para quem lê em
inglês, no
“The Soul at Work” de Roger Lewin.
Tenha
em mente que pesquisas
recentes mostram que os ganhos e as perdas de agilidade no
raciocínio decorrem
do uso e do desuso. Velhos ativos mantêm habilidades e
aprendem
com facilidade;
jovens mentalmente ociosos têm quedas de desempenho ao lado
de
dificuldades de
aprendizagem. Confirma-se o adágio: velho que não
anda,
desanda. E outro,
ainda: o que não é usado, fica enferrujado.
Aguardo
a opinião dos leitores sobre este assunto. JP
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