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CAOS, ORDEM E PARADIGMAS.

    José Predebon.

 

O universo mostra-se dual, como defendem os budistas em seu Yin-Yang, que define forças que se opõem apesar de se completar. O mundo oscila entre a organização e a aleatoriedade. Aqui no ocidente, a ciência confirmou isso quando David Bohm, um papa da física, nos deu o conceito de que o caos contém uma ordem implícita.

Reparemos que nós, humanos, também manifestamos essa aparente contradição, com atitudes e comportamentos que ora tendem para a rotina, ora para a aventura. Adoramos viajar mas também valorizamos a volta ao velho sofá.

Cada pessoa tenderá para uma dessas duas vertentes, de acordo com sua personalidade e sua educação, mas mesmo os muito organizados também por vezes apreciam as aventuras e mesmo os sem juízo um dia sentem-se muito bem em situações de rotina.

Podemos, portanto, encarar naturalmente essa maneira de ser – o dual é normal! E isso é importante quando estivermos cuidando do exercício do nosso potencial criativo. Dessa forma, já que é sadio e aceitável navegarmos para o norte e para o sul e desembarcarmos lá ou aqui, não precisamos pedir permissão tanto para seguir impulsos como para fugir da ditadura dos paradigmas.  

A essa altura vale perguntar por que, apesar dessa dualidade, o medo do erro nos tortura a todos, a ponto de tornar o livro “Um Toque na Cuca”, de Von Oech, um livro basicamente contra o medo do erro, a obra mais vendida e traduzida no mundo, entre as que falam de criatividade.

Pois bem, vou tentar aqui mostrar a possibilidade e a utilidade de usarmos a dualidade universal para aproveitar nosso potencial criativo e as oportunidades da inovação. Neste espaço mensal já foi analisado como os paradigmas podem alimentar nossos bloqueios. Agora, neste mesmo espaço, trago dois recursos que cada pessoa pode usar para elaborar sua receita particular de alforria mental, atitudinal e comportamental – Xô, bloqueios!

1)    Durante um processo de criação ou análise de ideias, considerar-se estrangeiro em seu meio; assim estará livre da obrigação de se adequar aos costumes e ditames da sociedade. Você poderá errar até mesmo ridiculamente, sem consequência alguma. Dessa forma poderá experimentar tudo, dizendo: xô, paradigmas!

2)    Suspender temporariamente suas convicções sobre o que é certo e errado, praticando o famoso “e se?”, e também o “por que não?”. Este é o espírito do brainstorm, que a maioria já conhece. Assim é que a gente pode facilmente pensar bobagens. E entre estas, muitas vezes vem a grande sacada – xô, bom senso!

Então, após tentar e por vezes conseguir vencer os bloqueios dos paradigmas, a pessoa experimentará um profundo sentimento de orgulho e felicidade que é reservado às mentes liberais. Pouco amarradas ao que é adequado, essas mentes, ao criar uma solução balanceada entre o caos e a ordem, terão tudo para conseguir atingir a seus objetivos de inovação e criatividade.

É isso o que eu tenho para defender sobre a quebra de paradigmas. Aguardo a apreciação de leitores e ex-alunos. Obrigado a todos e até o próximo mês. 

JP.
    
         
jose@predebon.com.br