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APÓS AS FÉRIAS, CRIATIVIDADE!

Caros alunos e leitores amigos, sugiro mais uma vez que para este ano se tornar  especial, usemos a criatividade e naveguemos pela inovação. Para o início do ano, registro, de minha parte, duas novidades: o novo curso meu e da Martha Gabriel, e o próximo lançamento do meu novo livro “Profissão Professor  II. É um livro destinado a colegas professores, contando coisas sobre aulas, e do qual reproduzo um trecho abaixo, pois trata-se de um tema básico para o exercício da criatividade pessoal de todos nós: a tolerância ao que nos parece “errado”. Como toda ideia nova é fora do “normal”, temos de treinar a tolerância para não criarmos um bloqueio prévio à nossa imaginação – e esse é o tema do trecho. Antes, passo o link aos interessados no nosso novo curso.

http://www.martha.com.br/curso-inovacao-e-criatividade-com-martha-gabriel-e-jose-predebon/

TRECHO DO NOVO LIVRO “PROFISSÃO PROFESSOR II”

“...Pessoal, a aula será muito importante para o resto de suas vidas. A aula de hoje vai gerar um exercício, que valerá nota, e será sobre... (atenção total da classe inteira) será sobre conciliação”!

Testas franzidas, um olhando para o outro, estranhamento geral. Conciliação parecia tão distante da disciplina do professor João como a performance de um time de futebol, no campeonato, com a matéria do próximo exame.  O mestre aproveitou  o momento e iniciou teatralmente uma encenação, arrastando uma cadeira para o espaço que existia entre sua mesa e as carteiras dos alunos. No assento, que estava de frente para ele, colocou as folhas de papel que estavam em sua mesa. As folhas ficaram atrás do espaldar, e só podiam ser vistas pelo lado do professor.

Postou-se a dois metros, olhando atentamente a cadeira, e começou uma explanação, na qual disse que aquele móvel simbolizava algo que poderia ser um assunto, um problema ou até uma pessoa. Que ele estava precisando examinar, em detalhes, para depois tomar uma decisão baseada no que ele concluíra com a observação. A  determinada altura, ele disse, já pensaria ter registrado todas as características da cadeira e do que estava em cima dela, e poderia concluir sua decisão. Era uma cadeira mas poderia ser uma pessoa ou outra coisa. De qualquer forma, ele já teria a sua verdade, evidenciada pelo exame que fizera, e já podia tomar sua decisão.

Mas, estaria tomando uma decisão correta? Perguntando isso teatralmente, ele se deslocou e ficou do outro lado da cadeira, observando-a do ângulo dos alunos. Desse lado, falou, ele via uma cadeira vazia, sem ninguém sentado e nada em cima, pois os papéis estavam atrás do encosto. Então, tudo o que via desse lado, não lhe dava uma informação completa. Meu ponto de vista, portanto, influía na minha visão, no meu julgamento, na minha verdade.

Mas, então, qual seria a verdade verdadeira? Para os alunos, do ponto de vista deles, era uma. Para o professor, do ponto de vista oposto, seria outra. Não poderia haver um acordo sobre qual seria a verdade, porque cada um a via conforme o seu ponto de vista. Então, finalizou enfaticamente, não seria inteligente o dono de uma visão desejar que os que tivessem outro ponto de vista – e portanto outra visão –  concordassem com a sua verdade. 

A relatividade da verdade, era a tese resultante daquela encenação, nos aconselhava a tolerar outras visões, opiniões e verdades. Não fazia sentido discutir se o certo era isto ou aquilo, A ou B, se a resposta estava apenas no ponto de vista. Amigos, disse o professor João, toda a experiência de vida que temos, constrói nosso ponto de vista, mas ele não nos dá nenhuma verdade final. Sabedoria é lembrar disso e se conciliar com coisas que são diferentes das que consideramos certas. Para nós, o resultado de uma análise pode parecer óbvio e definitivo – mas não é!”

AMIGOS, AGUARDO  AS OPINIÕES DE VOCÊS – VAMOS TROCAR FIGURINHAS? JP

         
jose@predebon.com.br