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RESPONDENDO A MUITOS ALUNOS.


José Predebon

Frequentemente, em aulas e palestras, fazem a mim uma pergunta aparentemente ingênua, porém
importante: professor, por que ser criativo?

Resumindo todas as respostas que dei até hoje, cheguei a uma síntese que pode ser traduzida nesta
afirmação: praticamos criatividade para crescer.

Ao explorar o tema, acabei chegando a um conceito interessante, o de “Criatividade Evolutiva”. Trata-se de
uma maneira de pensar e se comportar no dia a dia, visando o exercício de potencialidades individuais e
uma boa integração da pessoa ao entorno. Vou defender o conceito nesta página mensal, mas ficarei
aguardando a apreciação de leitores.

Para começar consideremos, provisória e simplificadamente, a criatividade como forma de raciocínio
relevante que vai além do previsível. Esse tipo de pensamento é uma característica de nossa espécie.
Poucos animais mostram algum grau de raciocínio além do rotineiro, e nenhum alcança o nível do ser
humano.

A partir dessa base, veremos a nossa criatividade como exercício de individualidade, pois o pensamento
está dentro de uma só mente. Quando a pessoa de alguma forma não se deixa levar por indutores sociais já
exerce sua individualidade; mas quando faz isso indo além do previsível, exerce sua criatividade.

Um dos indutores sociais é a cobrança de padrões, que tende a reprimir o pensamento original. Entre os
demais se destaca a expectativa do grupo, criadora do “o que se deve fazer”. Sua importância varia em
função da personalidade da pessoa. Não é simples ser independente, e mais difícil ainda exercer a
criatividade.

Contudo, boas razões nos levam ao caminho difícil. Ele nos traz evolução, com dois grupos de vantagens
vindas do exercício do potencial de criatividade: as materiais e as psicológicas.
As materiais vêm na solução de problemas e descoberta de oportunidades, no campo profissional e no da
qualidade de vida. As psicológicas vêm no aumento da auto estima pela aprovação social e no sentimento
de auto suficiência e poder.

Vejamos como se manifestam os ganhos materiais na solução de problemas. Ao enfrentar situações
adversas que nos surgem, podemos não dispor dos recursos suficientes para compor as soluções. Nesse
caso recorreremos a “expedientes” – idéias que não eram previstas porque não haviam sido usadas antes.
Esse procedimento é um exemplo da criatividade em ação, que ocorre tanto no campo profissional como no
dia-a-dia de nossa vida.

Agora vamos aos ganhos com a descoberta de oportunidades. Em todos os processos que envolvem esforço
e/ou despesas, principalmente nos campos do marketing, da administração/gestão, da indústria, comércio
e serviços, poderemos ter idéias novas que nos dão soluções de otimização, facilitação, redução de custos e
aperfeiçoamentos em geral.

Esse encontro de oportunidades de melhoria e/ou lucros é outro exemplo da criatividade em ação, e que
também ocorre tanto no trabalho como no dia-a-dia.

Ligando os pontos desta defesa do comportamento com criatividade, percebe-se que o exercício desse
nosso potencial nos faz evoluir, em termos de qualidade de vida e de felicidade. Daí a minha sugestão para
o nome do conceito, Criatividade Evolutiva.

Sugiro que a Criatividade Evolutiva é na essência uma atitude, e está à disposição de todos. Caros leitores,
pergunte eu agora: o que vocês acham disso?

         
jose@predebon.com.br